segunda-feira, 25 de abril de 2016

Dama da Meia-Noite - Resenha

Título: Dama da Meia-Noite
Autora: Cassandra Clare
Editora: Record
Ano de Publicação: 2016
Páginas: 574 - Edição de Colecionador; 555 - Edição Normal
Gênero: Fantasia, Ficção
Classificação: ✶✶✶✶✶


"Eu amo tudo em você, Emma. Eu amo o jeito como reconheço os seus passos no corredor do lado de fora do meu quarto, mesmo sem saber que você está vindo. Mais ninguém anda ou respira ou se move como você. Eu amo o jeito como você arfa à noite, logo antes de dormir, como se seus sonhos a surpreendessem. Amo o jeito como quando estamos juntos na praia, nossas sombras se fundem em uma pessoa só. Amo o jeito como você escreve na minha pele com seus dedos, e eu consigo entender melhor do que se fosse qualquer outra pessoa gritando no meu ouvido. Eu não queria amá-la desse jeito. É a pior ideia do mundo amá-la desse jeito. Mas não consigo evitar. Acredite em mim, já tentei".


Ah, Cassandra Clare! Sempre nos trazendo uma nova saga cheia de aventura e com um bom romance proibido no mundo dos Caçadores das Sombras. Para quem ainda não leu, os Caçadores são pessoas que possuem em seu sangue o poder dos Anjos e que protegem o mundo humano dos ataques de demônios e até de membros malignos do Submundo, como feiticeiros, vampiros, lobisomens e fadas. Na Saga dos Instrumentos Mortais, nos deparamos com o relacionamento incestuoso de Jace e Clary. Os leitores mais ávidos torturaram-se, torcendo para que os dois não fossem irmãos. E apesar da nossa querida autora ter resolvido o problema do casal com uma incrível maestria, nós sabemos que no fundo rolou um outro incestozinho na trama. Rsrs. 
Já na saga "As Peças Infernais", temos um envolvimento nem tão drástico assim, porém não menos perturbador. Tessa, uma de minhas feiticeiras favoritas, percebe-se no decorrer da história perdidamente apaixonada pelo rebelde Will e pelo romântico Jem. Seria uma história normal se os dois não fossem melhores amigos. E além disso, os dois são incríveis, cada um com suas qualidades e seus defeitos. Não queria estar no lugar da garota e ter que escolher entre eles. Mas, mais uma vez, Cassandra nos surpreendeu com a forma que finalizou a trama e com o desfecho do romance.

Em sua nova saga "Os Artifícios das Trevas", nos deparamos com o romance entre Emma e Julian. Fomos apresentados aos dois no último livro da saga dos Instrumentos Mortais e é claro que a Cassandra não ia deixar o romance deles ser mamão com açucar, né? Os dois são parabatais. Para quem ainda não leu nenhuma história da Cassandra, vou explicar sucitamente o que significa essa palavra. Em primeiro lugar, vá logo ler um livro dela, você não sabe o que está perdendo. Em segundo lugar, parabatai é um termo usado quando dois Caçadores de Sombras juram lealdade extrema um ao outro. Para tornar-se um, uma dupla de Caçadores participam de um ritual e são marcados com o símbolo do parabatai. Como a ligação é eterna, somente pessoas que possuem um vínculo muito forte acabam escolhendo essa opção. A partir desse momento, um sentirá a dor que o outro sente, a agonia, a tristeza, a felicidade, etc. Paralelamente, quando lutam juntos, eles ficam muito mais poderosos. E segundo a Lei do mundo criado pela autora, o amor entre dois parabatais é proibido e pode levá-los a expulsão de onde vivem, podem ser destituídos do título de Caçadores das Sombras e até serem presos ou mortos.
Mas vamos falar da nova trilogia? Resumidamente, a nova saga inicia-se 5 anos após o final de Cidade do Fogo Celestial, o último livro dos "Instrumentos Mortais". Emma Castairs, a protagonista durona da história e que teve seus pais mortos na trama anterior, busca respostas para o misterioso assassinato de sua família. Vivendo no Instituto de Los Angeles junto com Julian, seu parabatai, e os 4 irmãos mais novos do garoto, a heroína não mede esforços a fim de resolver o enigma que assombra sua vida. Paralelamente, também conhecemos o drama de Julian Blackthorn o garoto órfão que teve seu irmão mais velho, Mark, sequestrado pelas fadas 5 anos atrás e que consequentemente teve que assumir a responsabilidade por sua família aos 12 anos de idade.

A autora destas sagas incríveis tem um sério problema ao iniciar seus livros. Em todas as novas aventuras, o primeiro livro sempre tem um início maçante e "Dama da Meia-Noite" não foge deste roteiro. O começo é demorado e somos apresentados a alguns novos personagens de maneira maçante, porém necessária. Mas tenha fé, assim como tive com todos os livros. Ao final, você perceberá que o começo foi muito necessário para o bom desenvolver da trama.

Gostei muito da forma que a Cassandra amadureceu neste livro. Apesar de ser um romance juvenil, a história está longe de ser bobinha e melosa. O poder político ao qual os Caçadores das Sombras respondem, denominado Clave, mostra-se claramente como uma ditadura poderosa que não deve ser contrariada. Apesar deste tema já ter sido exaustivamente trabalhado em sagas como Jogos Vorazes e Divergente, a autora nos apresentou o assunto de uma forma diferente. A Clave já estava presente em todos os outros livros, mas nesse, pude sentir que está mais cruel e inflexível do que nunca. Porém, ao contrário das sagas concorrentes, a Clave não é um inimigo aos protagonistas. Ela é uma parceira, só que ao mesmo tempo graças a sua rigidez, acaba tendo que ser deixada de fora dos planos de nossos heróis. E paralelamente, lemos o livro com aquela angústia de que alguém descubra que tudo está sendo feito pelas costas do Governo.

Outro ponto curioso no livro é a introdução da personagem Cristina Rosales. A moça de origem latina chamou a minha atenção e tornou-se uma das minhas personagens favoritas da saga. A garota fugiu de sua terra Natal após sofrer uma traição de seu melhor amigo e veio refugiar-se junto a Emma e Julian. Durante a história, Cristina se apaixonará por um personagem que tem um romance homossexual dentro da trama. E o rapaz é bissexual e também demonstrará um interesse pela garota. Quero ler logo os próximos livros para saber como a autora resolverá esse sururu.
E por fim, as fadas são os seres que mais se destacam neste livro. Particularmente, adoro os personagens fadas e o jeito com que eles falam. Apesar de cruéis, tenho uma leve torcida para que tudo se ajeite e que eles voltem a se dar bem com os Caçadores das Sombras.
Esta nova trilogia tem muitas histórias paralelas para deixar o leitor de orelha em pé. O mistério que envolve Diana, a tutora do Instituto, o verdadeiro interesse da Caçada Selvagem (grupo de fadas que sequestraram Mark, o irmão de Julian), a magia negra que envolve a Dama da Meia-Noite, a personalidade distinta dos irmãos de Julian e a história de cada um deles, a doença de Arthur, o tio do protagonista e diretor do Instituto e é claro, o principal mistério do livro: Quem assassinou os pais de Emma? E por que esta pessoa continua assassinando fadas e humanos? Confesso que fiquei boquiaberto quando descobri quem era. Fui feito de tonto direitinho.

A leitura vale a pena. É emocionante, te prende e ao mesmo tempo que você quer terminar a leitura, também não quer, pois sabe que terá que esperar pelo menos mais um ano para o próximo livro.

Espero que tenham gostado e que corram para a livraria mais próxima para comprar o seu exemplar. A magia dos "Shadowhunters" está só começando e muitas águas vão rolar.
E não esqueçam de curtir, compartilhar e comentar na nossa resenha. Obrigado e até a próxima.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Hei! Obrigada pelo comentário no Elefante Voador. Fiquei chocada com o desenrolar desse livro kkk Cassandra Clare sempre surpreendendo.
    Vc disse que gosta do Mark eu realmente adorei esse personagem. Gosto mto do Ty tb, ele é muito único ♥

    Beijos!!

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  3. Quase me esqueci do Ty. Ele realmente é fantástico e acho que ainda vai ter um papel fundamental na história.

    Obrigado pelo comentário. =)

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