domingo, 26 de junho de 2016

Li, mas não gostei



Olá pessoal!

Depois de alguns meses sumida, estou voltando a ativa. Hoje resolvi fazer algo diferente e dizer para vocês quais os livros que eu li, mas não gostei ou que não conseguiram prender totalmente o meu interesse. Antes de tudo, já peço desculpas antecipadas porque sei que irei citar alguns livros aqui que muitos adoram. Mas o que seria do verde se todo mundo só gostasse do amarelo, certo?

Quando eu era mais nova e a minha mãe não deixava eu ir para algum passeio que todos os meus amigos iriam, ela sempre falava que eu não era todo mundo rs. Hoje vejo que a mamis estava certa, eu realmente não sou todo mundo. Então vamos ao top 3 dos livros que li, mas não gostei.


        1.  Cante para eu dormir - Angela Morrison 



A primeira vez que ouvi falar desse livro eu estava na fila da Saraiva, participando de uma tarde de autógrafos no lançamento do livro “O Descompasso Infinito do Coração”, da autora Bianca Briones. Conheci uma menina na fila e começamos a trocar dicas de leituras, descobrimos que já tínhamos lido várias obras em comum, então ela me indicou o livro “Cante para eu dormir”. Fiquei muito empolgada para ler e na primeira oportunidade que tive fui correndo comprar.

O livro conta a história da Beth, embora a história dela não possua nenhuma ligação com a novela, a protagonista lembra muito a personagem da trama “Betty, a feia”, pois ambas sofrem bullying e rejeição por conta da aparência. As únicas pessoas que aceitam a Beth da forma como ela é, são a sua mãe e o melhor amigo da escola, Scott. O único lugar onde ela consegue se soltar é no coral da escola, pois possui uma voz exuberante e que sempre acaba se destacando entre as demais. Junto com o coral vem a oportunidade de participar de um campeonato e a possibilidade de ser reconhecida por aquilo que ela tanto ama, a música. Durante os ensaios, a menina que faz a voz principal acaba não conseguindo obter o desempenho esperado e a Beth assume o seu lugar. A partir daí ela passa por uma transformação e adquire uma nova aparência, até os meninos que antes faziam insultos e brincadeiras de mau gosto com o seu estilo, passam a se interessar por ela. Durante o campeonato ela conhece o Derek, que é a voz principal de um coral adversário e que atrai a atenção da protagonista logo no início. A história possui um triângulo amoroso composto por Beth, Derek e Scott que sempre gostou dela, mesmo na época em que ela ainda era só um patinho feio.

Eu pensava que após a transformação e com a aparência renovada, a personagem também iria passar por um processo de amadurecimento e até mesmo iria elevar a sua autoestima, adquirindo mais confiança e se mostrando mais firme e independente. No entanto, não é bem isso o que acontece e a personagem parece ser uma daquelas meninas que vivem à espera de um príncipe encantado, ao mesmo tempo ela é ciumenta e muito grudenta. Eu penso que para estar bem com alguém e embarcar em um relacionamento, é necessário que antes de tudo você esteja bem consigo mesmo, e esse aspecto da personagem deixou muito a desejar, pois em todos momentos em que ela adquire um mínimo de confiança foi porque um dos meninos proporcionaram isso a ela, a impressão que passou é que ela é incapaz de viver sozinha e mesmo que não esteja totalmente apaixonada, precisa estar com alguém para se sentir bem. Por não ter gostado da protagonista simplesmente não consegui me envolver com a história e por conta disso o livro caiu bastante no meu conceito.


               2.   Se eu ficar - Gayle Formam



Aqui eu acho que não estou sozinha, pois pelo que andei observando é um livro que divide opiniões, é tipo 8 ou 80, ou seja, você ama  ou detesta, infelizmente estou na segunda opção.

Quando olhei a sinopse desse livro logo pensei: “Essa história tem tudo para ser boa”, e tinha mesmo, mas pelo menos para mim não rolou.

O livro conta a história da Mia que está no ensino médio, toca violoncelo e possui uma grande paixão por música clássica. Uma das coisas mais especiais desse livro é o relacionamento familiar, os pais da Mia são extremamente carinhosos e todos são muito unidos, os pais dela são super liberais e estão sempre dispostos a ajudar e conversar com seus filhos. Porém, a vida de Mia passa por uma grande reviravolta quando ela, os pais e o irmão sofrem um trágico acidente de carro e os seus pais morrem. A única pessoa que lhe resta é o seu irmão, mas seu futuro também é incerto, pois ele está entre a vida e a morte. Já a Mia, também está num estado delicado e corre risco de vida, a única diferença é que ela consegue ver e presenciar tudo que está acontecendo ao seu redor como se fosse uma telespectadora de sua própria vida, e a escolha entre partir ou ficar só cabe a ela. Se optar por partir, ele deixará os avós, tios, sua melhor amiga Kim e Adam que é o seu namorado, vocalista de uma banda de rock que está começando a ganhar destaque na mídia e aos poucos conquistando seu público. O relacionamento dos dois é cheio de incertezas, pois Mia pretende se inscrever na Julliard que é um dos conservatórios musicais mais renomados de Nova Iorque. Já Adam pretende se manter em Portland, pelo menos enquanto a carreira não deslanchar. As diferenças não param por aí, a Mia é uma garota tímida e muito reservada, já o Adam é todo descolado, está na faculdade e possui vários amigos por causa da banda. Mesmo gostando de Adam, a Mia não consegue se envolver totalmente em seu mundo e curtir as mesmas coisas que ele gosta. Ambos também não conseguem se relacionar com os amigos um do outro. Mas acima de tudo, eles tentam fazer o máximo possível para apoiar e incentivar a carreira e os sonhos que cada um possui. Eles sabem que a qualquer momento terão que seguir caminhos distintos e sofrem com a incerteza de que o amor nem sempre pode superar a distância. Achei um relacionamento bem maduro e foi um dos aspectos que fez com que eu gostasse pelo menos um pouco do livro rs.

O que não me agradou nessa história é que simplesmente ela não flui, a autora tinha tudo para fazer um bom desenvolvimento, pois a temática do livro é incrível. Mas senti que a trama ficou igual as novelas da Gloria Perez, ou seja, tinha tudo para ser boa, mas não foi. Para quem não me conhece, eu já fui bastante noveleira, hoje nem tanto, mas na época em que assistia as novelas com frequência, eu acompanhava tudo, até as tramas da Gloria Perez, mas confesso que eu prefiro morrer do que ter que assistir novamente alguma cena do Clone rs. Portanto, a história não conseguiu prender a minha atenção, achei maçante e mal explorada. Acho que é um dos poucos livros em que eu prefiro a adaptação para o cinema. 

Apesar de não ter gostado desse livro especificamente, ainda pretendo dar mais uma chance para autora e ler outro livro dela. Pois ouço falar muito bem de suas obras e acredito que ela também possa ter amadurecido sua escrita. Inclusive se alguém tiver alguma sugestão de livro da autora que leu e gostou, pode deixar aqui no comentários. 



               3.  Um Caso Perdido - Colleen Hoover



Sinto que agora irei receber algumas críticas, pois Colleen Hoover é uma autora muito querida pela maioria dos leitores. Essa foi a primeira obra que li da escritora, ouvi tantos comentários positivos que fiquei toda entusiasmada para fazer essa leitura. Mas infelizmente o livro ficou muito aquém das minhas expectativas.

Temos aqui a história da Sky que é uma menina que está ingressando no último ano do ensino médio, e que pela primeira vez irá frequentar a escola, pois até então, a protagonista só havia estudado em casa com o auxílio da sua mãe. Mas isso não é tudo, pasmem para o que vou lhes dizer agora, com quase de 18 anos a mãe não permite que ele assista televisão, acesse a internet, tenha celular, videogames e por aí vai. Ou seja, em pleno século 21, ela não possui acesso aos principais meios de comunicação e desconhece as redes sociais. Como assim??? Apenas por isso vocês já devem ter percebido que existe algo de errado acontecendo na vida dessa personagem. Ela também não possui muitos amigos, apenas Six, que é a sua vizinha e melhor amiga. Só que agora a Six irá fazer um intercâmbio e passar seis meses fora, justamente quando a Sky finalmente conseguiu convencer a mãe a deixar que ela cursasse o último ano na escola.

Muitos dizem que um dos diferenciais da personagem é o fato dela nunca ter se apaixonado por ninguém, Sky nunca sentiu borboletas no estômago por nenhum garoto e também não gosta de garotas, ela simplesmente não sente nada. Mas ao mesmo tempo isso não impede que ela fique com vários garotos, alguns deles inclusive chegam até a um determinado grau de intimidade. Por esse motivo a garota já é mal vista pelas demais meninas do colégio mesmo antes de conhece-la. Confesso para vocês que isso foi algo que me deixou bem encucada, porque logo pensei: Se ela não sente nada, por que está permitindo que o menino encoste nela de uma forma tão intima? No entanto, no decorrer da história temos alguns fatos que explicam o motivo desse comportamento.

Tudo que sabemos é que Sky foi adotada quando tinha 6 anos e que não se lembra de praticamente nada do que aconteceu em sua vida antes disso, tudo que ela tem são pequenos flashes de sua infância na antiga casa. As lembranças começam a se intensificar quando ela conhece o misterioso Holder, que é simplesmente descrito como lindo de morrer e possui uma reputação que afasta as pessoas. Como já era de se esperar nossa protagonista que nunca havia se apaixonado por ninguém, finalmente tem seu coração fisgado pela flecha do cúpido (Ok! eu sei que isso é muito clichê, mas não pude evitar). Após o envolvimento com Holder, Sky começa a ter flashes mais intensos de sua antiga vida. Até um certo ponto eu me senti muito envolvida pela trama, e não posso negar que a escrita da autora não seja boa. Só que muito antes de chegar no final do livro eu já sabia o que iria acontecer, a história acabou se tornando previsível e isso fez com que eu simplesmente desse continuidade a leitura, apenas para concluir o livro. A protagonista também não fez com que eu morresse de amores por ela, mesmo acompanhando seu drama e vendo a justificava para ela ser dessa forma, não consegui sentir empatia por essa personagem. Apesar da história ter um rumo diferente das demais e ter um mistério em torno do passado da Sky, a trama não é muito diferente de outros livros do gênero e seus clichês. Mesmo sendo uma história triste, não consegui esboçar nenhuma emoção, pois além de saber o que iria acontecer, achei que a autora forçou um pouco, para que o leitor pudesse se emocionar, o que acabou me provocando exatamente o contrário. Na verdade, achei esse livro bem mais do mesmo. De qualquer forma, entre os livros que foram citados aqui, ele ainda foi  o que eu mais gostei de todos os que eu menos gostei (acho que ficou estranha essa frase rs). Inclusive vou inserir aqui um trecho do livro que eu gosto muito.


"Os acontecimentos da vida de uma pessoa estão todos aglomerados um minuto após o outro, sem nenhum intervalo de tempo, páginas em branco ou pausa de capítulo, porque não importa o que aconteça, a vida simplesmente continua, segue em frente, as palavras são ditas e as verdades sempre surgem, quer você queira ou não, e a vida nunca deixa você fazer uma pausa apenas para recuperar a porra do fôlego. 
Preciso de uma dessas pausas de capítulo".

Depois me contem a opinião de vocês sobre esses livros. Mesmo não gostando dessas obras, eu indico a todos que leiam, pois pode ser que tenham uma opinião diferente da minha e acredito que toda leitura é sempre bem-vinda. E apesar de não ter funcionado para mim, espero sinceramente que funcione para vocês. Um grande beijo e até a próxima =)


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Fúria Vermelha - Resenha

Título: Fúria Vermelha
Autor:  Pierce Brown
Editora: Globo Livros
Ano de Publicação: 2014
Páginas: 464
Gênero: Ficção; Distopia
Classificação: ✶✶✶✶


Quando a décima terceira chicotada desce sobre o corpo dela, quando murmuro para que ela não faça isso, Eo me olha bem nos olhos uma última vez e então começa a cantar sua canção. É uma canção tranquila, uma canção triste, como a canção que as minas profundas sussurram quando o vento bate nos eixos abandonados. É a canção de morte e lamento, a canção que é proibida. A canção que eu só ouvi uma vez antes.


Uma nova trilogia, um novo autor. Esses são dois dos principais ingredientes que despertam a atenção dos leitores para uma nova obra que surge nas prateleiras. É claro que só isso não basta. São necessárias, uma bela história, personagens cativantes, uma mensagem que seja entendida por todos e mais alguns outros itens e provavelmente teremos um grande sucesso de vendas. E "Fúria Vermelha" não foge desse estereótipo.

Nessa nova saga futurística, a raça humana conseguiu expandir seu território além do planeta Terra. Graças à isso, temos homens vivendo na Lua (que foi renomeada para Luna após ser povoada) e no planeta vermelho, Marte.  

É claro que com um novo mundo, grandes mudanças ocorreram. Apesar do livro se passar muitos anos após a era atual, em determinadas páginas parece que voltamos ao passado. Escravos, poder autoritário e falta de liberdade transbordam no novo lar dos homens. E é aí que conhecemos Darrow, um jovem de 16 anos que pertence a mais baixa classe do Novo Mundo: Os Vermelhos. 

A regra para viver nesta nova comunidade é simples: Os Vermelhos arriscam suas vidas em minas profundas para extrair o gás hélio-3 da superfície de Marte. Os mesmos são comandados pelos "Ouros" ou "Dourados", a classe mais alta existente no planeta. Como recompensa para o trabalho diário, a ralé recebe comida suficiente, abrigos e uma falsa sensação de liberdade e democracia. Somente quando uma tragédia cai sobre a vida de Darrow, o rapaz percebe que tudo é uma farsa dos "Ouros" e sai de sua zona de conformismo.

Uma das coisas que mais gostei nessa nova saga é a evolução de nosso protagonista. Apesar de mostrar-se ambicioso desde a primeira linha, nas primeiras páginas ele era um rapaz com uma determinada inocência que não conseguia enxergar coisas que estavam claras para os leitores. A medida que a história vai sendo contada e nosso herói vai em busca de justiça para seu povo, percebemos o quanto temos um personagem rico em inteligência, astúcia e claro com aquela sede de vingança que dá graça ao livro.

É inevitável comparar o livro a trilogias de sucesso como "Jogos Vorazes", mas isso não é uma coisa ruim. Apesar de lembrar a distopia de Katniss, em determinado ponto o livro ganha a sua própria personalidade. A crueldade está estampada em cada página do livro. Nenhum personagem é o que parece. Aquele que você considera confiável, talvez venha a ser o maior traidor do livro. E aquele ser insuportável, chato e abominante pode se tornar o maior aliado de Darrow em sua busca pela justiça.


O livro só não ganhou cinco estrelas na minha opinião porque achei o começo um pouco confuso. Não pela história e sim pelas novas palavras que o autor nos apresenta. Não há explicação para o significado de cada uma delas. Você vai entendendo o que cada uma significa a medida que o livro vai passando. A partir da página 150, eu conseguia entender tudo com clareza e passei a admirar a criatividade do autor, mas como disse, no início tive um árduo trabalho. Rsrsrs.

Vale lembrar que essa é a primeira trilogia do autor e não podemos deixar de citar que o mesmo é uma gracinha. Depois procurem a foto dele na Internet e tirem suas próprias conclusões.

O segundo livro da saga "Filho Dourado" já foi lançado no Brasil e estou doido para ler. O autor encerra o primeiro livro de uma maneira que fica impossível não querer continuar lendo e saber o que vai acontecer com Darrow.

Além disso, correm rumores de que os direitos do livro foram vendidos ao cinema e que em breve teremos uma adaptação da obra para as telonas. Com certeza, será uma coisa linda de se assistir, claro que se for bem feita. Eu já quero assistir na estréia.

Obrigado a todos que estão acompanhando nosso blog e não esqueçam de comentar o que acharam da resenha. Compartilhem, indiquem nossa página para os amigos, esse é o combustível para que possamos continuar escrevendo e compartilhando um pouco de nossas opiniões com vocês. Até a próxima. =)

quinta-feira, 9 de junho de 2016

O Mensageiro - Resenha

Título: O Mensageiro
Autora: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Ano de Publicação: 2016
Páginas: 160
Gênero: Young Adult
Classificação: ✶✶✶✶✶


"Agora, sozinho em casa, Vidente voltou a se sentir desamparado. Estendeu a mão para a parede ao lado da cozinha e sentiu as bordas da tapeçaria pendurada ali, feita por Kira. Deixou os dedos correrem por ela, tateando a paisagem bordada. Já havia sentido aqueles pontos minúsculos e regulares muitas vezes, pois os tocava sempre que sentia saudades da filha. Agora, naquela manhã devastadora, não passavam de nós e fios emaranhados. Sentia a morte, acompanhada de seu cheiro terrível."



Minha primeira postagem no blog foi do fantástico " O Doador de Memórias". O livro, primeiro de uma série de quatro, me conquistou e foi meu escolhido para iniciar o projeto "O Tempo Entre Livros". E hoje, volto ao blog para resenhar o mais novo lançamento da Editora Arqueiro, o terceiro livro da saga.

Em "O Mensageiro", somos apresentados a um reino totalmente diferente do que vimos nas duas primeiras histórias. No primogênito, "O Doador de Memórias", Jonas vive em um lugar aonde as pessoas não enxergam as cores e não possuem sentimentos. No segundo livro da série, "A Escolhida", Kira vive em uma terra pobre onde as pessoas que possuem qualquer deficiência são mortas ou abandonadas na floresta. Vale lembrar que a garota possui uma perna menor do que a outra e só é salva devido ao dom que possui. E no caçula da série, somos apresentados ao Matty. Seu reino é um lugar acolhedor aonde as pessoas, em determinada idade ganham um verdadeiro nome de acordo com a função que exercem. Matty foi criado por um homem chamado Vidente (ele é o pai de Kira que apareceu no segundo livro) e sabe que em breve receberá sua verdadeira alcunha: Mensageiro. A vila de Matt é conhecida por receber as pessoas que fugiram de outras vilas ou foram expulsas por alguma razão. Todos os exilados são acolhidos e cuidados com amor pelos moradores.

Matty receberá esse nome, pois é o único que consegue adentrar a floresta e viajar de vilarejo em vilarejo transmitindo mensagens. O garoto já foi apresentado aos leitores no segundo livro da série (sim, ele é o "Matt", melhor amigo da Kira). No começo fiquei confuso e não entendi como ele tinha ido parar nessa outra vila. Mas tudo se explicou e só não vou falar para não ser um estraga-prazeres.

Apesar de ser um lugar onde todos vivem em paz, trevas começam a invadir o reino. As pessoas deixam de ser altruístas e o egoísmo, característica esta que não existia neste povoado, começa a dominar alguns moradores. A maioria da população começa a negociar coisas duvidosas em troca de produtos mais duvidosos ainda. E o pior está por vir: A população do local decide que as fronteiras do vilarejo devem ser fechadas e ninguém mais poderá ir até o local pedir ajuda.

A partir daí Matty, seu amigo Líder e Vidente tem que correr para avisar as outras vilas do que está acontecendo e também para buscar Kira, caso contrário, seu pai e ela nunca mais se encontrarão.

Mais uma vez Lois Lowry caprichou na escrita e nos entregou uma belíssima obra cheia de beleza e emoção. A nostalgia de ver os personagens de todos os livros reunidos é enorme e quando finalmente entendemos a grandiosidade do universo criado pela autora nos arrepiamos.

Confesso que estou ansioso pelo encerramento da obra, ao mesmo tempo que fico triste que já estou próximo do fim. Sinto que não quero me despedir de Jonas, Matty e Kira. E ao mesmo tempo quero ver logo como será o destino de cada um dos personagens.

Se você é do tipo que chora fácil, já prepare os lencinhos. O final deste livro é emocionante e triste. E lindo, claro. 

Quando lemos uma saga, geralmente o primeiro livro é o que mais gostamos. Talvez por ser aquele que nos apresentou aos personagens, a história, etc. Mas aqui, temos uma exceção: Na minha opinião, "O Mensageiro" foi a melhor das três tramas que li até agora.

Espero que tenham gostado da resenha e que estejam nos acompanhando. Não esqueçam de curtir nossa página no Facebook. Até a próxima. =)

terça-feira, 7 de junho de 2016

Um Dia de Cada Vez - Resenha

Título: Um Dia de Cada Vez
Autora: Courtney C. Stevens
Editora: Objetiva
Ano de Publicação: 2014
Páginas: 230
Gênero: Drama / Romance
Classificação: 


“Agora entendo todas as meninas da minha escola que se cortam. Eu pensava nelas como idiotas que não sabiam lidar com as coisas. Agora, percebo que elas estão lidando. Só que não tão bem quanto eu.”

Infelizmente, vi poucas resenhas masculinas sobre esta obra. Concordo que a capa do livro, o título e o gênero atraem muito mais o público feminino, mas realmente acho uma pena essa história tão bela e forte não ter sido, ainda, apreciada como deveria pelos homens. Vou explicar-lhes o por quê.

"Um Dia de Cada Vez" trata de um tema que tem sido muito discutido nos últimos tempos: O abuso sexual. Nesta história, conheceremos dois jovens que tornam-se amigos devido as tragédias que os assolam. Alexi ou Lex, como preferir, nos mostra logo nas primeiras páginas o quanto sofre psicologicamente e fisicamente por causa de um estupro que sofreu meses atrás em sua própria casa. A garota esconde o fato de todos que conhece e prefere enfrentar seus fantasmas sozinha. O que assombra o leitor e nos deixa cheio de perspectivas em continuar a leitura é que o estuprador da menina é alguém de seu convívio, ou seja, é um dos personagens do livro. Conhecemos também, Bodee, o rapaz cujo pai assassinou a esposa. No primeiro capítulo do livro, somos apresentados aos personagens no velório da mãe do protagonista.

A mãe do rapaz era muito amiga da família de Alexi e por isso, os pais da garota decidem chamar Bodee para passar uns dias com eles, até que ele se recupere da morte da mãe. E há males que vem para bem. Morando juntos, os dois adolescentes percebem a dor que os assombra e encontram forças um no outro para poder superar seus obstáculos. Uma linda amizade surge e não há como não se apaixonar pela maneira que os dois irão vencer seus monstros.

 Não sei se foi por querer ou não, mas a autora focou muito mais no drama de Alexi do que no de Bodee. E acertou em cheio. Temos claramente o estereótipo da garota destruída pela violência que viveu e o rapaz leal que mesmo sofrendo tanto quanto ela, arranja fôlego para tirá-la do buraco que a garota insiste em cavar para si mesma. Uma das principais lições desse livro é que não devemos enfrentar nossos problemas sozinhos. Somos muito mais fortes se temos ao nosso lado pessoas que importam-se realmente conosco. 

O tema é forte e ao chegar nas páginas finais, você encontra-se totalmente envolvido na vida dos adolescentes e quer de qualquer jeito que o culpado pelo estupro pague pelo seus crimes. Em determinado momento, você nem quer mais saber quem foi que violentou Alexi, você quer que a garota conte logo para que o criminoso responda por seus atos. A autora consegue despertar a aflição que a personagem sente dentro de nós. E por isso, digo que muitos homens precisam ler este livro. Não sei se a história vai mudar a cabeça das pessoas que acham que podem fazer o que quiser com o corpo de uma mulher, mas eu espero, sinceramente que pelo menos uma parte dos leitores desse livro entendam que não podem forçar ninguém a fazer nada que a pessoa não queira.

"O que aconteceu com você não é sua culpa. Não importa o que você estava vestindo, o que você disse ou não disse, ou se você bebeu ou se drogou no dia. Ninguém tem permissão para tomar nada de você. Talvez você ainda não acredite em mim, mas essa é a verdade. Você não provocou isso. Culpar a si mesmo (a) não é a resposta".

Confesso que li a sinopse do livro, mas não confiei que a história me agradaria tanto. Só o comprei porque o achei em uma promoção muito boa. E agradeço imensamente por ter achado essa barganha. Essa obra, com certeza, entrou na lista das minhas favoritas e recomendo a todos que a leiam.

Há muitas Alexis por aí. Muitas garotas que não têm coragem de falar o que houve com elas por "n" motivos. Que se culpam. Que se rasgam. Que se violentam. Não seja uma delas. E se você conhece alguma amiga assim, a ajude, por mais que ela não queira. A pessoa que está no fundo do poço, geralmente não enxerga o quanto precisa ser ajudada.

     Espero que tenham gostado da resenha e que curtam nossa página no face e sigam nosso blog. É só clicar no botão "seguir". Até a próxima, pessoal. =)

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Depois de Você - Resenha

Título: Depois de Você
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Ano de Publicação: 2016
Páginas: 318
Gênero: Romance
Classificação: ✶✶✶✶


   “Não pense muito em mim...
    Apenas viva bem.
  Apenas viva”


ALERTA DE SPOILER PARA QUEM NÃO LEU "COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ".

Quando fiquei sabendo que “Como eu era antes de você” teria uma continuação, a primeira coisa que pensei foi: Por que? Por que? Por que? – Mas depois do choque, descobri que vários leitores escreveram e chegaram até a implorar para que a Jojo escrevesse essa continuação. Então mais uma vez eu me perguntei: Por que? Rs

Para quem leu o primeiro livro, sabe que a forma como a autora encerrou, não abre muita margem para uma continuação. Inclusive uma das coisas que mais me agradaram em “Como eu era antes de você” foi o final, pois embora seja um desfecho triste e que tenha deixado meu coração em frangalhos, ao mesmo tempo ele se destoa de todos os romances que tem no mercado atualmente, exatamente por ser reflexivo e realista. A história de amor da Lou e do Will não tem nada a ver com os romances idealizados que temos aos montes, os personagens são falhos e cheios de fraquezas, o Will com todo o seu mau humor e arrogância nos mostra que nem sempre o amor é a cura para todos os males, e que as vezes amar alguém por si só não é o suficiente e que antes de tudo, o fundamental é nos amar em primeiro lugar e estar bem consigo mesmo.

A história de “Depois de Você” se passa dois anos após os acontecimentos do primeiro livro. A Lou está trabalhando em um bar que fica no aeroporto e mora num apartamento vazio, e que nem mesmo parece um lar situado em Londres. Triste, praticamente sem amigos e afastada da família Lou ainda permanece abalada com a ausência de Will e buscas forças para seguir em frente. Após sofrer um acidente e ir passar um tempo com a família (muita calma nessa hora, ao contrário do que muitos pensaram ao ler a premissa do livro, inclusive eu, ela não ficará paraplégica ou terá danos irreversíveis), ela decide entrar para um grupo de pessoas que perderam parentes que amavam, e através dessas reuniões buscam um nos outros uma forma de superar e lidar com a dor, apesar de não se envolver muito com o grupo, ele foi de extrema importância nesta trama, pois é através do grupo que surgirá o novo amor de Lou. Mas o foco principal dessa história é a entrada de um novo personagem que irá abalar todas as estruturas da nossa protagonista e ao mesmo tempo fazer com que ela resgate antigas lembranças.

 A Lou do primeiro livro era uma personagem acomodada e sem objetivos. Portanto, ao pensar nisso acredito que a personagem merecia sim uma continuação, só que para assimilar melhor tive que me desprender do primeiro livro e abrir meu coração. Como todos devem imaginar “Depois de você” não foi melhor do que seu antecessor, até porque isso é algo praticamente impossível, porém, foi uma leitura que me agradou bastante e acabou até superando as minhas expectativas. Uma das minhas grandes dúvidas era saber como a autora iria ligar passado e futuro, inclusive imaginei várias hipóteses para isso, mas o que a Jojo fez foi algo que eu nem sequer cheguei a cogitar, e isso por si só, já foi algo que me surpreendeu bastante e fez com que eu me envolvesse com a história logo no início.

Outra coisa que pude observar foi o processo de amadurecimento da Lou, as decisões e a forma como ela aprendeu a lidar com seus problemas. Li algumas resenhas e vi algumas críticas relacionadas as escolhas da personagem, porém, não penso da mesma forma, inclusive isso foi uma das coisas que mais agradou no livro. A Lou é uma personagem bastante emotiva, e quase todas as suas decisões são baseadas em seus sentimentos e naquilo que ela acredita que seja melhor para aqueles que estão ao seu redor, e sinceramente não vejo isso como algo errado, mas nem sempre aquilo que é melhor para nós será o melhor para aquele que amamos, e a autora soube desenvolver esse aspecto da personagem muito bem.

A narrativa é feita em primeira pessoa. Personagens secundários e a própria família da Lou ganharam mais destaque nesta obra, dessa vez temos uma trama bem mais leve, inclusive me diverti bastante com alguns trechos. Os conflitos familiares e diálogos dos pais da Lou me arrancaram muitas risadas. A trama é marcada por vários acontecimentos e reviravoltas, a história conseguiu me despertar muitos sentimentos e mais uma vez destaco a escrita dessa autora que é incrível. Apesar de ter gostado muito da história, o livro não entrou para os meus prediletos da autora, mas para quem leu e assim como eu também amou “Como eu era antes de você”, eu aconselho a dar uma chance, pois foi um ótimo complemento e nos ajuda a entender melhor a personalidade da nossa protagonista, seu processo de amadurecimento e superação.

Para quem gostou do primeiro livro e ficou interessado em conhecer mais obras da autora, eu recomendo que leiam também “Um mais um”, “A Garota que você deixou pra trás” e “A Baía da Esperança” (esse último inclusive foi recentemente relançado pela editora Intrínseca e ganhou uma nova capa que está simplesmente maravilhosa e tem tudo a ver com a história).


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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Outro Dia - Resenha

Título: Outro Dia
Autora: David Levithan
Editora: Galera
Ano de Publicação: 2015
Páginas: 318
Gênero: Romance / Young Adult
Classificação: 


“Quero dizer que todos os dias você é uma pessoa diferente. E simplesmente não consigo amar da mesma maneira cada uma das pessoas que você é. Sei que é você por baixo. Sei que é só a embalagem. Mas não consigo, A. Tentei. E não consigo. Eu quero...quero ser a pessoa a conseguir...mas não dá. E não é só isso. (...) E tem tantas coisas que você e eu não podemos fazer. Nunca vamos poder sair com meus amigos. Nunca nem vou poder falar sobre você com meus amigos, e isso está me deixando louca. Você nunca vai poder conhecer meus pais. Nunca vou poder dormir e acordar com você. Nunca.”

Conheço alguns livros de David Levithan, entre eles: "Will & Will" (em parceria com o John Green) e "Garoto Encontra Garoto". Sempre o considerei um autor que escreve livros sobre o cotidiano dos jovens, focando em algum ponto que não é completamente aceito pela sociedade, como a sexualidade, por exemplo. E apesar de tratar temas difíceis, nunca o imaginei como um escritor que inovaria em algumas de suas tramas.

Por este motivo, foi uma grata surpresa conhecer o livro "Todo Dia". Para quem ainda não leu, o livro conta a história de A que é um ser humano (não sabemos ao certo se pertence ao gênero masculino ou feminino) que todos os dias acorda em um novo corpo involuntariamente. Durante suas trocas de corpo, o protagonista conhece Rhiannon, uma garota sensível que vive um relacionamento acomodado e conturbado com Justin. A simpatia e a inocência da garota fazem com que A. apaixone-se perdidamente pela moça.

"Todo Dia" é um livro incrível e me surpreendi ao ver que mesmo David não saindo das histórias juvenis, conseguiu criar um conto totalmente novo com um elemento que não tinha visto em nenhum outro lugar. Porém, confesso que terminei o livro não compreendendo muito bem o amor de A. e Rhiannon. Ora, eu seria muito hipócrita em afirmar que o exterior de uma pessoa não conta quando começo a gostar de alguém. Claro que não é só a aparência física que importa, mas digamos que ela é a porta de entrada para o início de uma nova paixão. Deixo claro, que essa é a minha opinião sobre o assunto e compreendo perfeitamente que existem pessoas que se apaixonam somente pelo interior e pelo o que o outro é (e juro, caros leitores, que eu queria ser assim também, rs). Justamente por não conseguir me apegar amorosamente a alguém que não me atraia fisicamente, tive sérias dificuldades em compreender o fato de nosso protagonista exigir que a jovem olhe somente para seu interior e esqueça seu exterior. 

 De repente, descubro que foi lançado um segundo livro para a história, chamado "Outro Dia". Esse livro narra a mesma situação do primeiro, porém sob a perspectiva de Rhiannon. Ao mergulhar nas páginas dessa nova obra, comecei a entender melhor determinados fatos que não havia compreendido tão bem no primeiro. A protagonista é uma jovem como qualquer um de nós. Tem as suas dificuldades e quando conhece A. sofre muito com o dilema de ter que encará-lo todos os dias em um corpo diferente.

Não sou muito fã de livros que são lançados para contar uma mesma história na visão de outro personagem, porém "Outro Dia", pra mim, foi mega necessário. Um ponto positivo da trama é entender melhor o relacionamento conturbado de Rhiannon e Justin. No primeiro livro, A. sabe que o garoto não é o namorado perfeito para sua amada, mas só enxergamos o antagonista pela sua visão. Nesta nova obra, a relação entre o casal é mais aprofundada pelo autor e percebemos que, talvez, Justin não seja tão mau assim. 

A única coisa que não gostei muito, mas que mesmo assim não faz o livro perder pontos comigo, é o fato da história acabar exatamente aonde terminou seu antecessor. Confesso que estava na expectativa que David nos contasse um pouquinho mais sobre o futuro de seus personagens, mas entendo que isso foi uma perspectiva minha e que essa não era a proposta do livro.

"Todo Dia" e "Outro Dia" são livros que todos deveriam ler. É uma obra que nos ensina a enxergar as diferenças, aceitá-las e tolerá-las. E que traz aquela máxima: Você pode aceitar o que é diferente sem precisar mudar o que você é. Ame ao próximo e o aceite como ele é. Não cabe a você mudar o destino de ninguém.

Espero que tenham gostado da resenha. Estamos meio sumidos, mas estamos preparando muitas novidades e não vejo a hora de compartilhar com vocês. 

Até a próxima. =)

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Uma Vida no Escuro - Resenha

Título: Uma Vida no Escuro
Autora: Anna Lyndsey
Editora: Intrínseca
Ano de Publicação: 2015
Páginas: 246
Gênero: Drama / Biografia
Classificação: 


“E, por fim, há o pensamento que fica à espreita no fundo da lagoa, onde a lama e os refugos se assentam em camadas e a água é turva e viscosa. É um peixe enorme, preto, forte e robusto, com espinhas no dorso e fileiras de dentes afiados como navalhas. Pode ficar escondido por dias, imóvel em alguma coisa lodosa, sem dar qualquer sinal de sua pele verruguenta e sarapintada. Mas ele sempre reaparece, flutuando pelas camadas inferiores da minha alma. Seu nome, claro, é suícidio.”

Não sou um leitor muito difícil de agradar, até porque eu sempre tento entender o lado de quem escreveu a história. Diversas vezes já me deparei com situações em que não concordei com o final que o autor deu a uma trama, mas parei, pensei e vi que aquele era o desfecho necessário. 

Mas o livro que vou resenhar hoje, me deixou de pés e mãos atadas. A história de "Uma Vida no Escuro" tem uma proposta excelente e o livro tinha tudo para desandar. Mas não. A autora não soube aproveitar a mina de ouro que tinha em mãos e preferiu seguir o caminho seguro de contar sua biografia sem dar um toque dramático e deixar o livro mais interessante. Uma pena!

Anna é uma moça que leva uma vida como a de qualquer pessoa. Trabalha, tem um namorado que gosta dela e é feliz. Aos poucos, ela começa a perceber que sua pele tem alergia a luz de computadores. A moça afasta-se do seu trabalho para realizar um tratamento que ao invés de melhorar sua condição, ao contrário, a deixa pior. Aos poucos, a situação vai se agravando e a protagonista tem que se isolar em locais escuros para poder sobreviver. Até a luz do Sol faz mal para a pele da jovem.

 Sei que o livro trata da biografia de Anna e de como foi difícil para ela viver com essa doença tão pouco conhecida. Não pensem que sou um urubu a espreita de uma morte ou uma Sônia Abrão atrás da tragédia do próximo famoso, mas afirmo que faltou drama nesse livro. A doença é grave, a situação é alarmante, mas a autora não conseguiu passar esse desespero nas páginas do livro. Mais uma vez, acontece o inverso. A moça supera muito bem o fato de não poder conviver junto com a luz do Sol. Ela escuta aúdio-livros, faz joguinhos com as palavras, tem um namorado que aceita morar junto com ela e tudo caminha bem. Aliás, a calma e o amor de Pete, o namorado da protagonista, é algo difícil de encontrar. Em nenhum momento o rapaz se desespera, sente-se triste ou pensa em por um ponto final ao romance deles. Poderia continuar sendo uma história normal com um dia-a-dia um pouco diferente. Talvez, a intenção da autora tenha sido justamente essa: mostrar aos leitores que mesmo com uma doença grave, não há motivos para se abater. Você pode continuar vivendo sua vida normalmente. Tá, talvez essa tenha sido a intenção, mas também não convenceu. Afinal, se a protagonista superou tão bem assim o fato de ser doente e se isolar no escuro, não pensaria diversas vezes em suicídio durante o livro, certo? Sinceramente, não consegui entender qual a proposta da trama.

Vale lembrar que a obra é dividida em duas partes. A primeira parte nos mostra o passado de Anna e como lidou com a doença nos primeiros anos e a segunda parte irá nos contar as tentativas de recuperação e como foram os seus dias ao perceber que nunca mais teria uma vida normal. Dispensável. A autora tentou chamar a atenção para uma parte II, como se o livro fosse mudar drasticamente do que estava sendo apresentado na parte I. Pura ilusão. Essa "divisão de águas" poderia ter sido descartada, assim como diversos capítulos da história. O abecedário das técnicas de recuperação é horroroso. Explicando melhor, a protagonista utiliza as letras do alfabeto para descrever técnicas que foram sugeridas por diversas pessoas para vencer sua doença. Algumas são até interessantes, mas outras estão lá para encher linguiça. Quis arrancar meus cabelos com técnicas como:
N - Nozes - Na minha dieto, consumo muitas nozes - Palmas pra você, amiga, mas não poderia ser N de Nutella?
Y - Yawn (Bocejo) - Caramba que coisa mais tediosa ter de ficar pensando sobre a minha saúde.- É, Anna. É tedioso até você ler o seu próprio livro. Aí sim você vai ver o que é tédio de verdade.

O livro ainda conseguiu ganhar uma estrela na minha opinião, graças aos jogos que fomos apresentados no decorrer das páginas. Conhecemos 7 games que tem como peças as palavras. Alguns deles são realmente interessantes. Só não consigo entender como a Anna, anos depois de viver no escuro, ou seja, de não ler mais e de não ter mais contato com a escrita consegue lembrar-se com perfeição como se escreve até as palavras complicadas. Sou um ótimo leitor, leio sempre e mesmo assim, vira e mexe fico na dúvida de como se escreve determinada palavra. A protagonista, não. É uma verdadeira enciclopédia, sabe a grafia de tudo o que lhe é proposto e sempre ganha os jogos. Não me convenceu.

Enfim, o livro não fez o meu tipo. Talvez, tenha lido a história com expectativas demais e as mesmas não foram supridas. A história sem final também me deixou possesso. Claro que como é uma biografia de uma pessoa que ainda está viva, tinha a noção de que não teríamos um desfecho para a história, porém esperava que pelo menos uma moral ou uma lição fosse tirada de tudo isso. Mas, foi só uma esperança. Nem isso, o livro me deu.

E vocês, o que acharam desse livro? Concordam com minha opinião? Deixem seus comentários e não esqueçam de curtir nossa página no Facebook.



Até a próxima!

sábado, 30 de abril de 2016

TAG: Mais um Leitor

Estamos muito felizes! Hoje fomos marcados em mais uma TAG e dessa vez é a "Mais um Leitor"
Quem nos indicou foi a querida Taynara Mello do blog "Indicar Livros". A Taynara é uma das nossas blogueiras favoritas. Além de estar sempre ativa em nossa página, seu blog é incrível. Ela adora Tags, fala bastante sobre livros (assim como nós, haha) e tem sempre uma postagem sobre os lançamentos do mercado e nos deixando por dentro de tudo. Visitem o blog dela, sigam e curtam também a página. É só clicar aqui embaixo:


Taynara Mello - Blogueira do Indicar Livros


Vamos responder a TAG:

1 - Como se tornou um leitor?

Guilherme - Desde que eu me conheço por gente, eu gosto de ler. Lembro que quando criança, tinha uma  mini coleção de gibis da Turma da Mônica que a minha tia comprava para mim. Porém, livro mesmo, comecei a gostar com uma série que ninguém conhece hoje em dia. Eram os livros do "O Pequeno Vampiro". Lembro que na biblioteca perto de casa tinham vários livros dessa série. O vampirinho tinha um amigo humano e eles viviam muitas aventuras. Haha. Fiquei sabendo que tem um filme desse livro, mas parece que não chega nem aos pés do livro. Vou deixar uma foto da capa de um dos livros aqui embaixo. Quem souber aonde tem, por favor, me informe. Adoraria reler a coleção.



Vivi Através da coleção Vagalume. Li o primeiro quando tinha 9 anos e depois não parei mais.

2 - Já influenciou alguém a se tornar um leitor também?

Guilherme- A se tornar um leitor, não. Mas já influenciei algumas pessoas a lerem livros que considero excelentes.

Vivi Sim algumas amigas e familiares.

3 - Tire uma foto da sua expressão ao encontrar alguém na rua que está lendo o seu livro favorito.


Guilherme

Vivi

4 - Um lugar onde você encontra mais pessoas lendo.

Guilherme- Bom, tirando as livrarias, acredito que no transporte público. É bem comum encontrar pessoas no ônibus ou no metrô com seu livrinho a tiracolo.

ViviNo metrô. E eu fico igual uma louca tentando descobrir o nome dos livros, rs.

5 - O número de leitores vem crescendo...E em sua opinião, qual é a melhor coisa em ser um leitor?

Guilherme - A melhor coisa é você poder se desligar dos seus problemas, do seu mundo e entrar em uma nova realidade. Ao ler um livro, deixamos de ser nós mesmos por um tempo e nos tornamos um personagem de um livro. Vivemos aventuras, romances, perigos e tudo isso sem sair do conforto e da segurança do local onde estamos lendo. Além de tudo, ler torna-se um vício. E com certeza, esse é um dos vícios mais saudáveis, não é mesmo? Kkkk.

Vivi - A melhor coisa de ser um leitor é expandir seus horizontes, também ser mais compreensivo e reflexivo. Através dos livros já conheci vários países, culturas diferentes e diversas personalidades. Muitos personagens de livros que leio contribuíram para que eu me tornasse uma pessoa melhor, hoje eu tento julgar menos e fazer sempre o meu melhor e devo isso as histórias que me motivaram.

        Pessoal, adoramos responder a TAG e espero que vocês gostem também. E deixem seus comentários falando o que acharam de nossas respostas. Ate a próxima.

Suicidas - Resenha

Título: Suicidas
Autora: Raphael Montes
Editora: Benvirá
Ano de Publicação: 2012
Páginas: 487
Gênero: Ficção; Suspense
Classificação: ✶✶✶✶✶


"Pois eu sou louco.
Estou aqui, disposto a morrer por isso. Por minha loucura. Por minha louca paixão pela escrita, pelo entretenimento que a literatura pode proporcionar. Estou aqui por você, leitor.
Espero sinceramente que você tenha se divertido bastante até o momento. É pena saber que este será o único livro meu que você poderá ler. Não escreverei outros. Ainda assim, espero que tenha cumprido meu objetivo.
Agora vou pegar a arma e atirar na minha cabeça.
Se eu não voltar, você já sabe...Este é o último capítulo".


"Suicidas" é o primeiro livro do escritor Raphael Montes. O carioca me conquistou com as palavras e graças à ele vejo a literatura nacional com outros olhos (vide meu relato emocionante na resenha de "O Vilarejo", do mesmo autor, rsrs).
Em sua obra primogênita, somos apresentados a uma história arrebatadora que já revela seu final nas primeiras páginas. Nove amigos são encontrados mortos em um porão após participarem de uma roleta-russa. Para quem não sabe, roleta-russa é um jogo inconsequente em que um revólver é carregado com uma bala e o tanque de armazenamento da munição é girado, ou seja, ninguém sabe em qual disparo o projétil sairá. As pessoas colocam a arma na cabeça e atiram em si mesmas. Se a bala sair, você morre, se não sair, você é um sobrevivente. Este tipo de brincadeira, infelizmente, é muito comum nos Estados Unidos, principalmente entre os adolescentes.
Um ano após a morte dos nove jovens, uma delegada reúne suas mães para tentar entender como esta fatalidade ocorreu. Nesta reunião, as mães são apresentadas ao relato escrito de um dos rapazes, Alessandro, que estava presente no jogo mortal. O mesmo descreveu, em detalhes, tudo o que ocorreu enquanto estavam presos no porão.
O livro é alternado em 3 atos: O diário de Alessandro que iniciou-se meses antes da roleta-russa até o dia anterior a tragédia; o relato escrito pelo jovem a partir do momento que os nove se encontraram até as últimas mortes da roleta-russa; a reunião das mães junto com a delegada para esclarecer o que se passou pela cabeça dos jovens enquanto estavam no porão.
Desde o princípio, notamos que a intenção do autor não é demonstrar o motivo que levou cada um dos presentes a tomarem a decisão de se suicidar. E Raphael Montes acertou em cheio nesse ponto. Muitas vezes, o que pode ser motivo suficiente para uma pessoa tirar sua própria vida, para outra pessoa pode ser uma razão banal, o que traria divergência nas opiniões de quem está lendo o livro. Montes não se aprofundará na razão do suicídio e sim no ato em si. Porém, cada um de nós conseguirá deduzir de acordo com o jeito e atitude dos personagens o que os levou a estarem ali.
O livro choca e nos deixa de boca aberta em determinadas cenas. Até que ponto o ser humano chega em um momento de desespero e quando se vê encurralado? Esse tipo de situação é retratada com maestria por Raphael Montes, não só nesse livro, mas em todas as suas obras. Mais um ponto pra ele!
Os personagens são incríveis e cheios de personalidade. Durante a leitura certamente você os amará e também os odiará. Suas atitudes e palavras são reais, são seres humanos como eu e como você. A inclusão de estereótipos que geralmente não são abordados em livros do gênero, como o garoto com síndrome de down, o gay não assumido e a obesa "vadia" tornam a leitura muito mais atraente e gostosa.
Sou suspeito em falar, pois sou completamente apaixonado pela escrita do Raphael, mas preciso ressaltar que terminei o livro em menos de 3 dias. Sabe aquela história que já começa fascinante e que você quer saber logo a verdade por trás de tudo? Se você gosta de leituras assim, então vai adorar "Suicidas".
E não posso deixar de falar do final surpreendente. Não é a toa que o livro foi indicado a diversos prêmios. A forma com que o autor encerrou a história é de arrepiar os pelos do dedão do pé ( Epa, mas peraí: Eu não tenho pelos no dedão do pé. Mas acredite, quando você ler o último capítulo, seus pelos imaginários vão se arrepiar). Particularmente, eu subestimei o Raphael e achei que ele ia deixar alguns pontos da história em aberto. Ilusão a minha. O livro foi encerrado com maestria e precisão.
Fiquei triste em saber que há uma adaptação teatral do livro em exibição no Brasil e que sua temporada em São Paulo foi encerrada em Fevereiro. Se eu soubesse antes tinha ido assistir. Deve ser incrível. Mas, para os leitores do blog que estão no Rio de Janeiro, corram! A obra fica em exibição até o final de abril. Falando em adaptação, acredito que um filme deste livro seria uma ótima sugestão. Globo Filmes, espero que vocês leiam esta resenha. Hahaha.
Queria muito falar mais sobre os personagens, mas não posso sem deixar algum spoiler. A dica que eu dou é que você, caro leitor, corra e garanta o seu exemplar deste livro. E prepare o seu estômago.
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